Ainda na sua concepção, o modelo de negócios da Fruta Feia foi desenvolvido com vista à minimização de todos os custos ambientais e económicos desnecessários. É por isso que, entre outros:
- recolhemos os produtos nos agricultores na manhã do mesmo dia em que os entregamos aos consumidores da parte da tarde, evitando assim o custo de armazenamento;
- recolhemos os produtos num raio inferior a 70 km, minimizando os custos do transporte;
- os consumidores têm uma data limite para cancelar a sua cesta, para não comprarmos aos agricultores mais do que aquilo que precisamos;
- os espaços onde fazemos a montagem e venda dos cabazes são espaços cedidos por associações uma tarde por semana, evitando o custo de aluguer de um espaço/loja ou de uma entrega porta-a-porta;
- reutilizamos as caixas e couvettes de madeira até não darem mais, reduzindo o custo com material.
E é assim que, ao mesmo tempo que pagamos um preço justo aos agricultores, conseguimos chegar aos consumidores com um preço muito inferior ao dos supermercados. E chega.
A Fruta Feia é financeiramente auto-sustentável, ou seja, as receitas derivadas da venda das cestas aos nossos consumidores chegam para cobrir os custos de efectuar este lindo serviço.
E, no nosso caso, estes custos são maioritariamente as pessoas (92%!) - 46% para os agricultores e 46% para os trabalhadores - tendo os demais custos (transporte, material, alugueres de escritório e garagem, contabilista, website, etc) um impacto diminuto nas contas.
Ao sermos uma cooperativa sem fins lucrativos, todo o lucro (ou melhor dito, saldo positivo) que se possa gerar é para investir no próprio crescimento da cooperativa, não sendo este divisível pelos cooperadores. E é com esse saldo positivo que vamos trilhando a nossa luta, investindo-o na abertura de novos pontos de entrega e aumentando assim o número de pessoas valorizadas pela Fruta Feia. Um crescimento que se mede, portanto, sempre à escala humana.