As cooperativas de consumo apareceram, a partir dos anos 60 do século XX, como a primeira forma de defesa dos consumidores face aos preços especulativos e à qualidade e quantidade dos bens vendidos. A pertença a uma cooperativa de consumo significava não apenas um interesse económico, mas também uma afirmação de consciência cívica. Era uma forma concreta e actuante de mostrar não só a oposição a uma ordem económica com que não se concordava, como uma forma eficaz de mostrar que podia haver um caminho diferente.
Num mundo em que cerca de metade da comida produzida vai parar ao lixo, numa Europa em que cerca de 30% do que é produzido pelos agricultores é desperdiçado devido a meras razões estéticas, a cooperativa de consumo Fruta Feia ergueu-se em 2013 com o desejo de inverter esta tendência e construir um modelo de consumo alternativo.
Éramos uma trabalhadora, 8 agricultores, 100 consumidores e, com 1 ponto de entrega em Lisboa, evitávamos 400 Kg de desperdício por semana. Três anos depois, com o mundo e os tecnocratas da UE de olhos postos em nós, somos muitos: somos 8 trabalhadores, 100 agricultores, 2700 consumidores e, com 7 pontos de entrega entre Lisboa e Porto, evitamos 8 toneladas de desperdício por semana.
Parabéns a todos! Pelo nosso trabalho, pelo nosso compromisso, por termos conseguido tão eficazmente resgatar o conceito de cooperativa para mostrar ao mundo que outro tipo de consumo, com maior dimensão social e maior respeito pelo Homem e pela Natureza, é possível.
Algumas fotos destes últimos três anos aqui.